terça-feira, 26 de março de 2013

Combustível



Ela é meu combustível. Sempre que me vejo numa situação onde só a minha vontade não é suficiente, é nela que encontro forças para fazer o que deve ser feito. É meio religioso, eu sei, mas só meio. Infelizmente a fé não me dá o que eu preciso (ou pelo menos acho que preciso) ter para fazer certos tipos de coisas.
Também tem o lance de eu sempre prefirir ser o bad boy. Nunca consegui ser um verdadeiro, creio que tenho muita música romântica na veia e muita nerdice no coração para ser mal. Só que isso nunca me impediu de tentar. E de vez em quando eu consigo não ser o coração partido da situação.
Mas por mais que ela seja meu combustível, ela é nociva para mim. Se deixa-la acumulando por aqui posso acabar causando um desastre. Então sempre tento queimá-la, para que com isso eu consiga ficar mais em paz comigo. Eu sou um carro velho para o meu combustível, bebo muito dele. E assim, mesmo sendo carro, sou meu motorista também, e como todo mortal, nem sempre consigo gastar todo o combustível que tenho de uma vez.

fearg ar mo breosla!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Deus Le Volt!




A hierarquia, a propriedade privada, a economia, a política são formas de garantir poder ao indivíduo. É da natureza humana, principalmente agora nesses tempos capitalistas e globalizados, o desejo de possuir: objetos, relações, sentimentos, forças das mais diversas definições. A antropologia nos mostra como, nas mais diversas situações de aglomeração de pessoas, a vontade inerente ao homem de possuir sentidos é forte e como esta é força motriz para o funcionamento das comunidades. O ser é característico, e o ser humano tem a consciência do valor social que as características possuem. Vale lembrar que a consciência valorativa é mutável, portanto, cada época da história e pré-história humana possui todo um pacote de sentidos sociais que devem ser levados em consideração para a boa compreensão da função que as instituições sociais exercem no período dado. E tendo essa consciência do valor possuído pelas características, a pessoa sente a necessidade de possuir o conjunto de características mais bem-vistas ou mais consideradas em seu meio. É demandado do comerciante um nível de administração suficiente para gerir seu negócio, do chefe do morro é esperada certa lealdade e colhões para manter seu domínio na favela. E estes profissionais têm a vocação e o incentivo para alcançar as características que são atribuídas aos seus respectivos ofícios: ao militante, lealdade à causa, ao comerciante, a administração, ao médico, a habilidade de tratamento de enfermidades. Os exemplos se estendem a imaginação.

O ser humano também possui outra habilidade que os estudiosos e entusiastas das ciências biológicas gostam de chamar de instinto de autopreservação. E para se auto preservar o homem primitivo e seus familiares se juntaram a outro homem primitivo e seus familiares e assim por diante, dando início ao homem tribal. E para evitar crítica de Alda Judith Alves à desnecessária análise arqueológica, digo que esse instinto levou a sociedade a essa série de relações e ações que fazem a coisa social acontecer. Para viver, o ser humano precisa do outro. Até pelo fato do ser humano ser o animal que mais causa a morte do ser humano. É preciso ter garantias que uma pessoa não mate a outra. É preciso que algo faça o homem ver que, apesar de um indivíduo ser capaz de se proteger e prover quase todas as suas necessidades sozinho, em grupo é mais vantajoso.

O cristianismo, assim como outras religiões, viu essa situação explicitada acima como sagrada. Vou tratar especificamente do cristianismo por esse texto ser, de fato, uma análise da situação da Igreja cristã. A propósito, Deus Le Volt! (algo como “Deus quis assim”), é parte do discurso que iniciou as Cruzadas, uma das maiores atrocidades humanas que se tem notícia. Voltando ao raciocínio, o cristianismo elevou ao sagrado a vocação, a necessidade interna, do agrupamento entre homens. Como esse agrupamento se dá? Isso depende dos valores regionais e típicos da época em que estes acontecem. Os Dez Mandamentos são um exemplo escrachado desse upgrade dado às leis de convivência pré-estabelecidas que garantem o bom funcionamento da vida em comunidade. Eles são leis de convivência social baseadas no amor incondicional de uma pessoa à outra.

A cultura tem como pilar essencial a educação. Sem ela, cultura não seria o que é por definição. O aprendizado das leis de Cristo, em sua época feito através de parlatórios e oratórias, com o tempo se tornou impraticável. O crescimento do rebanho de Deus demandou espaços específicos para o culto. A partir daí o conceito de Igreja, dado na Bíblia mais ou menos como “onde dois ou mais se encontram em Meu (Jesus e/ou Deus e/ou Espírito Santo) nome”, se confundiu com uma definição de lugar onde os rituais cristãos são realizados. Não questiono aqui a necessidade de espaços capazes de abrigar todos os crentes de maneira que estes possam praticar sua crença do jeito que a tradição manda. O que questiono é essa distorção causada pelo raciocínio causal desprovido de embasamento de saberes da doutrina cristã. A Igreja foi, com o tempo, tomando características não advindas das Escrituras, se tornando uma instituição cada vez mais política e burocratizada, como é visto na história entre a criação da Igreja Católica até os dias atuais.

Ninguém é perfeito nesse mundo. Todos nós temos ideais de conduta, mas somos tanta coisa ao mesmo tempo – marxista, empreiteiro, namorado, filho, mexicano, vogal – que acabamos de um modo ou de outro, saindo à regra do padrão idealizado do que somos em determinado momento. Acabamos por confundir coisas que somos com lugares em que deveríamos ser outras coisas. Futebol é bastante similar à guerra, entretanto, não é aceitável jogadores usando de violência ganhar a partida. Já na guerra, o soldado é obrigado e incentivado a ser violento contra o inimigo. Habilidade é bônus aqui. O objetivo é matar muito e matar rápido. No futebol, é golear.

Devido a cargos que ocupei ao longo da minha vida, vi a semelhança que a Igreja, lugar onde os rituais cristãos são realizados, possui com a instituição de cunho político. Assim, como um Tribunal, a Igreja possui hierarquias e departamentos com tarefas definidas, devidamente planejadas e que seguem um plano político estabelecido pelo órgão superior. Assim como no Senado, existem forças políticas na Igreja que brigam entre si pelo monopólio do uso do poder atribuído aos cargos ou postos. O Pastor, o Presidente da comunidade, o Líder da Banda são figuras com diferentes alcances políticos, mas todos estes têm duas características em comum: poder e status. São status diferentes em níveis e poderes distintos em significados e níveis, mas todos possuem tais características, que trabalham em seus determinados espaços de atuação, partilhando de um mesmo propósito: guiar a comunidade aos moldes da doutrina cristã.

Agora, mais do nunca nesse texto, irei me atribuir do texto Política Como Vocação, de Max Weber, para explicar o erro que é a mistura de Comunhão em Cristo e política. A política é esse jogo de poder entre as pessoas políticas. Poder é algo bastante significativo e desejado pela sociedade, portanto, relembrando a necessidade humana de se colecionar características bem-valorizadas aos determinados papeis sociais exercidos por cada membro da coisa social, é esperado que as pessoas almejem poder. E, visto a similaridade entre Igreja e instituição política, as chances da aplicabilidade do raciocínio político na Casa de Deus são altas. Altíssimas, se José Dias me permite o uso de superlativo! E é isso que vemos atualmente. As padarias e mercados são e sempre serão lucro certo, mas se eles estão falindo e dando lugar a igrejas, é porque esse “negócio” é bastante rentável também. Podemos ver nos meios de comunicação a dimensão que a instituição cristã tomou. Camisas, bíblias, adesivos, e os mais diversos e inusitados produtos são comercializados com o pretexto de pregação da Palavra. Hoje não podemos mais desligar o político do econômico um do outro, como não podemos desligar nível financeiro e nível educacional, por exemplo. Essas variáveis são causais entre si e devem ser analisadas em conjunto. A Igreja a muito deixou de ser um lugar onde praticam rituais cristãos. Hoje, a Igreja é uma empresa. Ela pode falir, pode abrir uma nova filial no Brasil, gera lucro e prejuízo além do âmbito político-econômico. E, além disso tudo, é um lugar onde são praticados rituais cristãos. Aqueles que buscam o caminho de Deus ou se perdem no jogo de poder valendo os meios e status necessários para fazer Sua vontade, ou abandonam a Igreja, enojados com o rumo que toda a instituição tomou.

Não julgo aqueles que são políticos dentro da Igreja, mas sim lhes advirto: vossos motivos não são cristãos. A política e o Cristianismo querem coisas diferentes: um, deseja o máximo de poder possível, o status mais importante, tem em seu espírito a ambição de possuir força capaz de fazer o que lhe for possível fazer, como achar devido; outro deseja apenas servir ao Senhor e, por mais que lhe sejam atribuídos as mais diversas importâncias, não se interessa por elas, sendo somente sua preocupação estar dentro dos ensinamentos do Filho do Homem. Mas sem extremismos. É possível achar equilíbrio entre essas potências intrínsecas ao homem religioso. Não vejo exemplo melhor que a existência dos cargos de Pastor e Presidente da Comunidade vista na Igreja Luterana. Ao Pastor cabe direcionar seu rebanho de acordo com a vontade de Deus. Cabe a ele, sendo autoridade nos ensinamentos cristãos dentro de determinada comunidade, ensinar como se devem trabalhar os diversos âmbitos da interação social dentro dos limites do Cristianismo. Já ao Presidente, cabe administrar a comunidade. Viabilizar de modos juridicamente e economicamente legais as práticas cristãs. Termino o texto como comecei este último parágrafo: Não julgo aqueles que são políticos dentro da Igreja, mas lhes advirto: vossos motivos não são cristãos. A reflexão e a oração são ferramentas poderosíssimas para a resolução de problemas de conduta moral. Cabe ao indivíduo político e religioso usa-las para que se descubra sua verdadeira vocação.

Precisava tirar a indignação da cabeça.

terça-feira, 19 de março de 2013

125



You wanna write someone out
You wanna put someone in a page
Wish I know if it is me you're talking about

Well, I can't care much now
We don't have the past enough for that
Wish I have so I could calm my soul in a better way

I wanna say, but I won't sure if you wanna hear
So I just wait, untill you write me down so I can read me

I wanna write some sadness
But I am to proud and angry to do it
Wish I could sometimes to be the guy that I ain't

Well, I just don't care
you tell your life to me and I hear
Wish I didn't know that the guy you wirte and think isn't me

I wanna scream, but I afraid to wake you in the morning
And I wait here, so when you wake up you hear me calling

I wanna say, but I won't sure if you wanna hear
So I just wait, untill you write me down so I can read me

Untill you write me down so I can read me
But I ain't the guy you're talking about
I ain't the guy you're talking about

segunda-feira, 18 de março de 2013

Taturana-Estrela: Reflexões Sobre O Modo de Amar



Taturana-Estrela é um cara muito gentil. Claro que tem seus defeitos e tudo mais - por exemplo: chato pra cacete, fala alto e quer ser mais que todo mundo, mesmo sendo imbecil como uma porta - que as pessoas têm. Isso não exclui o fato de Taturana-Estrela ser um cara muito gentil.
Acompanhando a vida dele, o vi se entregar ao espiritual de uma maneira muito linda., coisa que eu gostaria de pelo menos fazer uma vez. A certeza que Taturana-Estrela tem na obscuridade da religião é coisa de outro mundo. Vejo que o mesmo defeituoso de antes agora é um novo defeituoso! A religião trouxe ao Taturana-Estrela uma certa bagagem positiva de valores e adjetivos que são um tanto respeitados e incentivados pelo mundo que nos rodeia.
Só que a religião também trouxe coisas um tanto negativas também. Taturana-Estrela simplesmente se virou a sua incapacidade de controlar as forças do mundo e deixou tudo a merçe de sua divindade. Taturana-Estrela, que já era um merdão, não tem mais a capacidade de se virar sozinho. Ele se tornou a cristalização da incapacidade humana de resolver as coisas sem o uso do sagrado. E isso me abala, me preocupa, pois isso me deixa triste por ele. E me faz pensar se o meu anarquismo nas ações não é só teimosia de rebelde burguês.
Cutting the crap off, outro dia desses estava falando com Taturana-Estrela sobre aR tchuca da vida, certo? E, ele com o jeito boboca de ser pré-adolescente ( 6 anos após sair dessa fase), me falava dessa menina que ele gosta. Colocando-a numa porra de altar e coisas do tipo. Taturana-Estrela quer um amor concedido pelos deuses, então ele ora e espera que o divino lhe dê a força e os meios necessários para conseguir sair da paçoca e arranjar uma namoradinha.
Cara, como eu fiquei puto com Taturana-Estrela!
- Cara, tu devia parar de ser  babacão assim e beijar logo essa menina - soltei, meio muito emputecido. E ele respondeu - Não. Sou um homem de honra, quero um relacionamento provido pelos deuses. E a gente ficou discutindo assim por um dado período de tempo. Eu, tentando explicar a ele que o deus no qual ele acredita não condena o toque ou na "livre iniciativa" de ação. Ele, com os olhos arregalados, não conseguindo compreender o que estav escutando de mim. Quando eu percebi isso, essa falta de... não falta de diálogo, mas sim essa falta de codificação entre o meu raciocínio e o cérebro dele, deixei de mão. E falei  - Taturana-Estrela, faz o que tu pensa ser certo, que pelo menos quando der certo e quando der errado, você vai ter a certeza que você não foi culpado. Faz o que tu pensa ser certo e vai na fé. - Ele escutou. E agradeceu. E então fui embora.
Afinal, é assim que as coisas devem ser. Certo??

sexta-feira, 15 de março de 2013

Eins Tag



You don't need to think about the reasons why
You don't need to be upset if you don't try
You don't need to always get to the truth
You don't need to think that someday I'll not be with you

But if you do

I don't need to think about your past
I don't need to be upset if I won't last
I don't need to always hear your chat
I don't need to think that someday it will pass

But if I do

But if you do I'll be with you
And if I do I'll do with you

Yesterday.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Eins Woche



She likes to jump and dance and
She likes to curse the things and
She is like me: don't know the hell it's going on

Now I just show my feelings and
Now I know her feelings and
She was on drugs and I don't know what's going on

And now I'm riding the bus home
And I don't wanna go home
I wanna kiss her till I know what's going on

But I need get a chill out
But I need seriously pass out
Fill up with beer and someday name what's going on

Tomorrow.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Ô Benhê



Sabe, benhê, a gente nunca teve - e nem sei se teremos - uma relação. A gente já brigou, já ficou triste, já se presenteou (você me deu uns negócio do Judas Priest. E uma lhama. E cocaína em caderno. Eu só te dei textos sem destinatário), já nos demos carinhos, mas nunca amor. Não o amor que a gente via as pessoas se dando pelos cantos aí.
Eu já te falei da nossa ampulheta? É aquele prédio que começou a ser construído quando a gente se conheceu. Quando você era uma punk do Tim Burton e eu um assassino. Eu nunca te contei, mas eu sempre vi aquele prédio como o tempo que a gente tinha: seja pra resolver nossas coisas, seja para nós. Aquele prédio é a cristalização do tempo que nós possuímos para as coisas darem certo. Eu vejo aquele prédio - ou ampulheta - como o tempo que eu tinha pra construir minha vida ao seu lado. E enquanto o prédio não estivesse construído, nós também não estaríamos resolvidos. E por resolvidos, digo juntos ou separados, ou nem um nem outro, mas resolvidos.
Se não me engano ele já tem até espelho agora.
Eu realmente perdi muito tempo com você, por você e para você. O prédio tá lindo, tá em pé, quase respirando. E quando ele tomar o primeiro suspiro, nós morremos. Morremos porque as coisas funcionam assim mesmo. Sejamos a eternidade que tanto queremos conquistar, certo? E se der certo, sejamos na eternidade dos outros que viveram pra contar de nós.
E é isso, por mais que eu esteja longe, você te tornas eterna através da minha eternidade. E sempre será assim. Você é aquela que eu tinha mas nunca tive,e a Paralax zizekiana nunca fez tanto sentido quanto agora.
E por mais que eu ponha Hegel e seu discurso da montanha sobre o altar, não me conformo com a realidade que vivo.E quase não lamento. Lamento o fato de você ter sido somente uma lição. Porém saiba que eu aprendi, e já comecei a praticar o ensinamento. Por exemplo: esse texto. Ele é um conjunto de sentidos e significados de você, mas não você. E muito menos para você.
Esse texto é para outra pessoa.

domingo, 3 de março de 2013

PM de Brazólia



Fato Venério.

Um pai de família estava em casa vendo TV quando escuta alguém chamando:
- Ô de casa!
O pai de família logo se levanta e, pela janela, pergunta:
- Pois não?
- Gostaríamos de falar com o Johnatan.- Diz o dono da voz.
Nesse momento, o pai de família sai da sala e vai até a garagem ver quem estara querendo falar com seu filho varão. Neste momento, o pai de família percebe que quatro PMs estão na porta de sua casa, com dois carros bloqueando a rua e portando armamento pesado.
-O que vocês querem com ele mesmo? - pergunta o pai de família. E o policial responde:
- É que o Johnatan assaltou duas pessoas agora à tarde. Tamo aqui pra levar ele.
Confuso, o pai de família disse:
- Mas isso não é possível. Meu filho passou a tarde inteira aqui em casa. Ele é universitário, estuda na UnEsterco.
O polícial começou a ficar confuso também. - Vocês tão procurando por Johnatan? - disse o pai de família.
- Afirmativo - confirmou o policial.
Não conseguindo acreditar nos homens-da-lei, o pai de família pergunta : - Johnatan Sino Orvalho?
- Sim senhor. - O policial responde, porém meio sem jeito por não estar mais no controle da situação em que se encontrava. Falou:
- Ele mora com a vó... - disse o policial com relação ao meliante, pouco confiante no que iria ouvir.
- Aqui moramos eu, minha mulher e meus filhos. - retrucou o pai de família.
Ninguém mais entendia a situação. O mistério só aumentava até que o policial faz a pergunta de ouro:
- Qual é o endereço daqui mesmo?
- Quadra 23, Conjunto 45 Casa 78 - Rapidamente respondeu o pai de família.
Logo após, um dos policiais, mais afastado e com uma espingarda na mão, reclama:
- Porra! Tem que ver o endereço certo, pô! - disse o oficial indignado. E continuou - desculpe pelo engano!
Logo todos os policiais entraram em suas viaturas e sairam da rua. Surpreso pela coincidência, o pai de família corre para dentro da casa, abre a porta do quarto dos meninos e fala:
- Johnatan, tenho uma história louca pra te contar.




sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Igualdade Normativa

 


Entende-se por igualdade o mesmo tratamento entre pessoas, mesmos direitos e deveres, qualquer merda desse tipo, e nos âmbitos de convívio se observa essa igualdade atuando constantemente. Afinal, é ela que rege todo o comportamento político-moral do mundo. Um modelo totalmente lógico, livre de preconceitos. Iluminado pela racionalidade.
   Agora, mesmo com essa igualdade pura sendo praticada ao redor do mundo, é evidente que precisamos de mais treinamento nesse jogo de igualdades. Ao acessar qualquer meio de notícia é possivel encontrar desigualdades não correlacionadas acontecendo a todo tempo. Por que isso acontece? As leis nos garantem a igualdade, a moral também. As pessoas são iguais errado, é isso?
É! Só que não.
  O que acontece é que é do senso comum pensar que só um tipo de coisa basta - para ficar saudável, só comer salada. Para ficar forte, só fazer flexão. Para ser alguém, só cursar direito. Mas é também do senso comum errar muito, como de fato acontece ao pensar a igualdade por essaa ótca. Por mais que a igualdade praticada pelas leis seja viável, ela não é a única igualdade na prateleira. Tem um monte de outras lá, mas acontece o famoso Efeito Subway: por mais que você tenha centenas de possibilidades em saduíches "naturais", você tende a pedir o bendito frango teriyaki com alface, tomate, picles, pimentão, cebola, adicional de bacon, barbecue e parmesão no fucking pão três queijos de quinze centímetros. O que voltando pra prateleira seria: você tem um monte de conceitos de igualdade à sua disposição, mas otário igual tu és, vai sempre na normativa porque tu gosta dela, acha bonita e tal. Tá na porra da constituição. Enfim.
   Respondendo a pergunta, as pessoas não são iguais errado, até porque elas executam a igualdade do jeitinho que seus pais lhes ensinaram depois de aprenderem com seus pais. Agora, nem sempre essa igualdade normativa e materialista serve para a promoção da distribuição de igualdades. As vezes é preciso pensar em meios desiguais para fins igualitários se for desejável a harmonia das coisas e tudo mais.

eu só queria escrever até aqui mesmo. Vão a merda, comente e obrigado por ler.
FALOU! o/
 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Um conto.



  Eu lembro da primeira vez que ele apareceu. Lembro de estar ouvindo as palavras dos famosos escritos do livro-biblioteca quando me distraí e a vi criando seu próximo personagem quando na verdade deveria estar fazendo um relatório. E lá ele apareceu, admirando aquela imaturidade como se fosse a coisa mais bonita do dia. Como se fosse a coisa mais certa a se fazer quando se tem outras coisas na cabeça.
  Bicho, daí ele só piorou. Com o tempo ele passou a vê-la com mais frequência. - Bom, se ela estará lá toda semana, eu tenho que ir para lá também. - Disse ele em uma conversa. E foi assim para todo sempre (até os dias atuais).
  Com o tempo ele encontrou outras por aí. Umas meio (ou muito) mórbidas, porém não totalmente, por motivos morais que ao que me parece não se pretendem mudar. Apareceram também outras cheias de vida, e cheias até demais de vida. Umas que eram mórbidas mas ganharam vida, e outras que não se sabe o atual status vital. E as outras eventualmente foram embora, tanto faz se para nunca mais voltar ou só para comprar pão. Mas aquela, aquela irresponsável, ela não ia embora. Ela não ia de jeito nenhum! Ia comprar pão vez ou outra, mas sempre voltava. E voltava com pão fresquinho, do jeito que ele gostava.
  Ele ia embora quando, por algum motivo (que por algum motivo eram sempre dois motivos que quando não separados eram condicionais um do outro), ele ficava puto com ela. Ela não tinha muita esperança nele naquela época - penso eu porque ele era muito dicotômico dela, como se causasse algum distúrbio no equilíbrio de seu jeito de ver as coisas - então, por mais que ele tivesse bom coração, não rolava. Simples assim. Ele sempre voltava, e ela sempre estara lá.
  Mas acredito que toda vez que ele fica puto e vai embora, ele vê o quão inapropriado foi sair. Já o vi apanhar muito por aí. Existem cobras apaixonantemente traiçoeiras no mundo, e coisas que só podem ser curadas com um copo de álcool. E essas coisas mostram-lhe que ela não é aquela santa, que sempre traz o pão quentinho da padaria. Ela também chorava porque o dia foi uma bosta, e saía com as amigas para dançar. Ela beijava os caras também e, perdoe minha observação, ela parecia saber muito bem o que fazer - mas também, a menina que senta no colo do rapaz para com a finalidade de dar uns amassos sabe o que está fazendo -. Foi aí que ele percebeu que aquela irresponsabilidade não era porque ele tinha uma outra visão de mundo que diferia dela. Não era porque a banda tocava diferente lá no Olimpo de onde ela veio. Ela era irresponsável porque era tão humana quanto ele. Lembro que ele usou a seguinte expressão: Porra! Ela é como eu!
  E desde o que eu gosto de chamar de Dia da Revelação, do qual não me lembro a data mas foi memorável, ele começou a cair. E ele cai até hoje, num abismo sem fim agarrando qualquer coisa que possa prover abrigo até que um dia, de uma maneira totalmente concedida pelos anjos, ou anjo, ele consiga segurar a mão dela. E que ela consiga ter força suficiente para aguentá-lo por toda a salvação. Falo desse jeito porque tenho quase certeza de que se ela soltar-lhe a mão, ele cai de novo. E talvez caia tão fundo que ela não tenha braço suficiente para alcançá-lo. Talvez tão fundo que ninguém tenha braço suficiente para alcançá-lo.

Comenta esse. Sério mesmo.
FALOU!o/