A escrita terapêutica é simplesmente a prática de escrever deliberadamente por alguns minutos, podem ser 10, 20, 30... bicho tem gente que vai 1h escrevendo sem parar. O que se escreve é muito simples:
tanto faz.
Pode ser o que aconteceu no dia anterior, o que você espera pra hoje ou pra amanhã. Como você se sente sobre determinado assunto -- família, relacionamentos, amizades, trabalho, futuro-- ou qualquer outra coisa que vier na sua cabeça, pois a meta aqui é justamente escrever sem qualquer julgamento, contanto que você escreva sobre algo. Com base na literatura, na psicologia e na minha própria experiência nessa prática, vou descrever 3 coisas que aprendi com a escrita terapêutica. Mas que experiência é essa? Eu te conto
Da primeira vez que ouvi falar desta prática, ela estava dentro da roupagem da morning pages, ou seja, atrelada à uma rotina matinal. Isso foi no final de 2018, quando num sábado eu cheguei do trabalho, capotei no sofá e quando acordei meu celular estava tocando vários vídeos da Amy Landino. Depois ouvi com o Matt DÁvella, depois com a Dafne Amaro... Mas só em um seminário de psicologia do trabalho descobri o nome Escrita Terapêutica. Tenho feito isso desde 2019, quando aceitei trabalhar em 2 empregos, o que me fez ter uma carga de trabalho de 50-60h semanais. Eu sabia que ia surtar, pois já sofri burnout anteriormente, então achei que seria interessante escrever diariamente como eu me sentia para que pudesse analisar melhor o meu estado mental. Na maioria das vezes, tem dado certo, e vou falar agora o que aprendi com isso.
1- Você se torna capaz de ver as coisas de uma perspectiva de fora.
Ao escrever o que quer que seja no papel, você naturalmente consegue colocar uma distância física entre o que você está pensando -- e escrevendo -- e você. Com isso, muitas vezes você se torna capaz de enxergar a sua própria situação como se você não fizesse parte dela. Sabe aquela coisa de ser ótimo em dar conselhos, mas ser péssimo em seguir seus próprios conselhos? Quem sabe se colocando fora dos seus próprios problemas você não consegue se dar conselhos melhores, mais fáceis de seguir?
2- Cê pode se surpreender com o que escrever.
Como você, ao longo do processo de escrita, está constantemente se percebendo por uma perspectiva de fora, você pode se surpreender com o que pode aparecer ao longo do texto. Nós muitas vezes não conseguimos seguir uma linha de pensamento introspectiva de forma honesta, e quando nos damos a oportunidade de perseguir isso, nos deparamos com verdades brutais. Entretanto, nem sempre ruins. Quando digo que você pode se surpreender, digo que você pode ter momentos de muita empatia e gentiliza consigo mesmo. Vai me dizer que você não quer empatia & gentileza?!
3- #datecomigomesma.
É um momento legal de colocar uma música, quem sabe ir num café, ou um restaurante maneiro... Ir num parque ou uma praça, caso você esteja sem grana. E simplesmente aproveitar o momento. Eu mesmo fazia isso nos dias que trabalhava nos meus dois empregos. Eu lembro que tinha exatamente uma hora livre entre chegar de uma cidade à outra e começar meu outro turno. Pô, eu tomava um suco, ou comia uma fatia de torta na padaria chique mais próxima. Às vezes até variava a padaria chique. No fim das contas, apesar de parecer idiota, eram momentos legais, dos quais eu me lembro até hoje.
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Espero que tenha gostado do texto. Comenta ai o que você achou, se já conhecia a escrita terapêutica ou já pratica/praticou isso. Eu gostaria muito de ouvir de você que leu até aqui.
Falou!