sábado, 6 de abril de 2013

Os Batutas




Quando menores, os batutas eram incríveis! Viviam essa vida de modo que nem seus pais tiveram a capacidade de pensar que uma vida poderia ser vivida de tal forma. Foi um tempo bom, descontraído, esse que eles viveram.
Mas não se enganem! os batutas, quando menores, eram sérios e organizados quando era preciso. Esses meninos tinham uma esperteza de órgão governamental para tratar de assuntos que eram reservados aos seus; desde políticas públicas à guerras. Os batutas eram crianças realmente sapecas! Criaram um código capaz de protegê-los dos perigos e de incentivá-los a aprontar criancices de modo que só um roteirista muito perspicaz poderia fazê-lo. De fato, já chegaram a pensar: o quê pode ser capaz de acabar com esses meninos? Não existe!
Pois bem, devo-lhe dizer que aquele ou aquela que desconsiderou o tempo certamente não poderia achar a fraqueza desses batutas e foi extremamente estúpido ou estúpida por não considerá-lo. O tempo foi um fator crucial para a revolução que ocorreu nesta organização criada por pequenos batutas. Com o tempo, cada batuta começou a mudar até que todos deixaram de ser pequenos ou crianças. Portanto, suas necessidades mudaram, e portanto, seu código mudou logo após. Os batutas, agora não tão pequenos ou crianças, começaram a não brincar tanto fora de casa com faziam, nem travavam tantas guerras com seus rivais como antes. Aliás, o inimigo era outro agora.
Esse inimigo sempre esteve presente, era conhecido dos batutas. Seres extremamente nojentos e limpos! Com frequência esse inimigo se apresentava perto de ou com coisas rosas, ursos e gatos ou outros animais. Nunca foram muito brutais entre si, esse inimigo e os batutas, mas com o tempo, veio o desejo de ser amigo do inimigo. Isso surgiu dos dois lados. Entre os batutas, foi um de seus membros fundadores o primeiro a sofrer com o mal do tempo. Esse membro fundador foi, de certa forma, o responsável pela maior ruptura brusca de sistema na história destes. E, penso eu, responsável pela destruição dos pequenos batutas; mas isso é pessoal. Os fatos são: após as ações desse membro em especial, toda a situação sugeriu que esse inimigo poderia ser um aliado bastante especial. E com certeza foi bom por um certo tempo.
E por um certo período de tempo foi bom mesmo. Mas - com o salve de Alda Judith Alves - as pessoas dizem: tudo que começa, acaba. E a inimizade que se tornou amizade deixou de ser amizade para ser algo diferente ou simplesmente regrediu ao estado de inimizade. A partir daqui, nossos pequenos batutas se tornaram batutas. Batutas somente. Se por acaso pareceu que culpo o membro que iniciou tudo isso, essa cadeia de mudanças radicais no padrão de realidade compartilhado por esses meninos não mais tão pequenos, parece que o/a induzi ao erro. Nada fica o mesmo, e nem estes meninos deveriam ficar. A adaptação é necessária, é natural. Porém, todos nós gostamos de lembrar dos tempos bons. Da vida simples que uma vez tivemos. E isso não é errado, ensina os seres humanos a almejarem algo, seja a simplicidade ou a complexidade. Os nossos batutas, por exemplo, é certo que uns adorariam voltar ao tempo em que eram criancinhas, outros não. É a vida.

domingo, 31 de março de 2013

Lulu Santos: O dia antes do ciclo recomeçar.



Confesso que estou viciado. Em você. Tudo que eu faço, leio, escuto, ou seja, tudo que passa por mim, sinto que deve ser passado para você. Pode ser só uma música, um livro, um programa de TV; e pode ser uma angústia, uma raiva ou medo. Me vejo um soldado que tem o dever de reportar ao oficial comandante tudo que ocorre em seu turno. Estou dependente de tua presença na minha vida.
Sabe, eu não fui feito para ser assim. Costumo sair tarde da noite só porque é mais perigoso. Porra! eu fui direto para uma ameaça terrorista e sobrevivi. Eu sou um guerreiro. Estou sempre em guerra. Mas, exepcionalmente agora, estou perdendo batalhas. Todos os dias passam e me sinto um subordinado, o soldado. E isso me é muito estranho, porque eu sempre fui o líder, sempre o comandante. Pode perguntar para todo mundo!
Acho (mas só acho) que é por isso que estou sendo esse babaca inseguro para o qual tu escreves todo dia. Concordei em te deixar liderar isso que a gente tem sem lembrar ou até mesmo considerar como eu ficaria, sendo direcionado por aí. Não sendo aquele que mostra o caminho.
Mas não reclamo, só relato. Mesmo sendo da minha natureza guiar, tenho a compreensão que nós devemos fazer isso que temos desse jeito, por você. Eu nem sei se isso tudo vai funcionar a meu favor, mas é uma aposta que estou disposto a fazer.

24/3/13

 Confesso que me reabilitei. Eu sou um guerreiro, treino a cada dia e faço com que as dificuldades trabalharem a meu favor. Eu nem sinto tanto a sua falta. Mas ainda sinto. Ainda tenho aquela vontade de te dizer das músicas e livros que leio, ou das raivas que tive no dia, mas sabe? Comecei a pensar. Tu tens teu deus da razão e eu tenho o meu. Qual é a realidade causal disso que me faz querer te incluir aqui? Percebi que a resposta não é racional, mas a ação sim. Então, por mais que eu queira, não vou cair em tentação e te mandar cartas ou pombos correios do século XXI. Mas não se engane, a resposta não é racional e não mudou - o tempo e o espaço são constantes no decorrer da criação e da não-criação - ainda.
Te vejo quando o ciclo começar.

31/03/13