Mas não se enganem! os batutas, quando menores, eram sérios e organizados quando era preciso. Esses meninos tinham uma esperteza de órgão governamental para tratar de assuntos que eram reservados aos seus; desde políticas públicas à guerras. Os batutas eram crianças realmente sapecas! Criaram um código capaz de protegê-los dos perigos e de incentivá-los a aprontar criancices de modo que só um roteirista muito perspicaz poderia fazê-lo. De fato, já chegaram a pensar: o quê pode ser capaz de acabar com esses meninos? Não existe!
Pois bem, devo-lhe dizer que aquele ou aquela que desconsiderou o tempo certamente não poderia achar a fraqueza desses batutas e foi extremamente estúpido ou estúpida por não considerá-lo. O tempo foi um fator crucial para a revolução que ocorreu nesta organização criada por pequenos batutas. Com o tempo, cada batuta começou a mudar até que todos deixaram de ser pequenos ou crianças. Portanto, suas necessidades mudaram, e portanto, seu código mudou logo após. Os batutas, agora não tão pequenos ou crianças, começaram a não brincar tanto fora de casa com faziam, nem travavam tantas guerras com seus rivais como antes. Aliás, o inimigo era outro agora.
Esse inimigo sempre esteve presente, era conhecido dos batutas. Seres extremamente nojentos e limpos! Com frequência esse inimigo se apresentava perto de ou com coisas rosas, ursos e gatos ou outros animais. Nunca foram muito brutais entre si, esse inimigo e os batutas, mas com o tempo, veio o desejo de ser amigo do inimigo. Isso surgiu dos dois lados. Entre os batutas, foi um de seus membros fundadores o primeiro a sofrer com o mal do tempo. Esse membro fundador foi, de certa forma, o responsável pela maior ruptura brusca de sistema na história destes. E, penso eu, responsável pela destruição dos pequenos batutas; mas isso é pessoal. Os fatos são: após as ações desse membro em especial, toda a situação sugeriu que esse inimigo poderia ser um aliado bastante especial. E com certeza foi bom por um certo tempo.
E por um certo período de tempo foi bom mesmo. Mas - com o salve de Alda Judith Alves - as pessoas dizem: tudo que começa, acaba. E a inimizade que se tornou amizade deixou de ser amizade para ser algo diferente ou simplesmente regrediu ao estado de inimizade. A partir daqui, nossos pequenos batutas se tornaram batutas. Batutas somente. Se por acaso pareceu que culpo o membro que iniciou tudo isso, essa cadeia de mudanças radicais no padrão de realidade compartilhado por esses meninos não mais tão pequenos, parece que o/a induzi ao erro. Nada fica o mesmo, e nem estes meninos deveriam ficar. A adaptação é necessária, é natural. Porém, todos nós gostamos de lembrar dos tempos bons. Da vida simples que uma vez tivemos. E isso não é errado, ensina os seres humanos a almejarem algo, seja a simplicidade ou a complexidade. Os nossos batutas, por exemplo, é certo que uns adorariam voltar ao tempo em que eram criancinhas, outros não. É a vida.