sábado, 28 de novembro de 2020

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"Doubt thou the stars are fire,
Doubt that the sun doth move,
Doubt truth to be a liar,
But never doubt I love."

-- William Shakespeare


É um sério perigo se apegar demais as coisas. "O problema é amar demais", já dizia Professor Aquaplay em uma de suas centenas de palestras. Amar demais te faz egoísta, egocêntrico, orgulhoso, violento, inevitável. Apaga a luz dos astros, causa no Sol hipotermia e faz da mentira verdade. Quantas vidas já vi se apagarem no grande esquema das coisas? Quantas vidas, como cinzas, se esvaíram da mão daquele que amou mais do que deveria ter amado? O quão sozinho eles ficaram? O quão dolorido foi deixar de amar? E o quão mais dolorido foi a paz de finalmente conseguir se libertar de tudo o que mais amou um dia? Uma vida desperdiçada frente à uma vida nova. 


"Carry on, my wayward son

There'll be peace when you are done

Lay your weary head to rest

Don't you cry no more"

 --Kerry Livgren

O aperto que dá no peito é surreal, o choro de quem fica é o que comove. Afinal, a morte é só um sentimento. Uma vida desperdiçada frente à uma vida nova. E eu entendo a necessidade de seguir em frente. Mas o quanto dela será desperdiçada ainda? Será se vai valer a pena? Por quê não consigo entender?

Por quê não posso saber agora?

So, carry on,

There's a meaning to life
Which someday we may find
Carry on, it's time to forget
The remains from the past, to carry on"
-- André Matos


FALOU!