domingo, 23 de abril de 2017

Capítulos




   Hoje terminei meu sketchbook atual e isso merece um texto.
   Esse sketchbook eu peguei em algum momento em setembro. Foram ai sete meses, mais ou menos, interagindo com esse caderno quase todos os dias. Sete meses muito importantes pra mim. Num período muito importante também, já que setembro e abril sempre serão meses importantes pra minha vida inteira.
   ESSE SKETCHBOOK ME ACOMPANHOU POR TODO TIPO DE BOSTA!!
  
   Mas agora ele acabou.
   É importante entender os capítulos pelos quais passamos na nossa vida, quando o clímax chega, quando trocamos de livro. Como toda história, nem sempre nós, tão no centro das nossas, conseguimos compreender quando o capítulo passou, quando o livro trocou, ou quando a história já é outra.
   Tudo que sei agora eu coloquei nesse sketchbook, tudo que realmente conheço de desenho, de criatividade, de lidar com o que vivo. Tudo tá lá. Mas algumas histórias minhas acabaram antes dele acabar, então por mais que eu queira viver outra coisa e por mais que eu seja outro personagem nessa nova história, eu sou sempre bombardeado por aqueles personagens que eu costumava ter e ser. E meu sketchbook, instrumento mais valioso pra coisa que eu mais me dedico hoje -- em escala diária, atualmente --, se tornou uma chaga que sempre me lembrava quem eu era, com quem e aonde eu estava. Me fazendo ser, na minha história atual, algo que nem nessa história deveria estar. O que me fez correr com muito foco e paciência para terminá-lo do jeito justo.
   Justo pra mim, obviamente.   Acho que a lição que eu tomei pra mim disso -- e a que quero falar agora sobre -- é ter a liberdade de não ter mágoas do passado, de entender os acertos e erros e o que foi, pois não dá pra mudar mais. E que talvez não seja certo esquecer tudo isso pra lidar com a história que se vive hoje. Aceitar que as coisas e as pessoas já se foram é algo crucial para aproveitar o que se tem e com quem se está, e os encontros devem ser celebrados, para que não se tenha rancor das coisas quando elas acabarem. E elas vão acabar.
   E no final das contas isso é que é felcida--
   kkk brinks.
   Isso não traz felicidade, mas pode dar paz. O que é, no mínimo, tão bom quanto.

FALOU!