Todos nós acreditamos em algo. Deuses, o Axé, o universo -- todos estes e muitos outros são objetos de nossas súplicas e graça. Não sou um cara muito religioso ou espirituoso, mais pela ignorância do que saber com certeza de que sou ou não sou algo. Mas não me iludo, não existe não crer. Todos nós cremos em algo e vivemos em prol dessa crença.
Uma das coisas em que acredito é em magia.
Ok, podem rir. Até porque com certeza estamos falando de coisas diferentes. Quando falo em mágica, na cabeça de todos nós, minha inclusive, vem Harry Potter, vem Gandalf, ou sei lá o que é mágico na cabeça das pessoas hoje em dia. Quando digo que acredito em magia, tomo um conceito muito mais antigo e até mesmo broxante pra quem se encanta com a expectativa de se aprender uma nova teoria da magia. Sou fã de um velho barbudo, morador da Jerusalém do condado de Northamptonshire, Northampton. Ele mesmo, O Escritor Original:
Alan Moore.
Alan Moore, ao contrário de mim, acredita na e pratica a magia. Fez disso seu ofício e é um dos magos mais poderosos da atualidade. Como ele relata em seu The Mindscape of Alan Moore: "Magia, em sua forma primordial, era de costume referenciada como A arte. Acredito que isso é completamente literal; que magia é arte e que arte, não importa a forma que tome, é magia. Arte é, como a magia, a ciência de manipular símbolos, palavras e imagens para alcançar mudanças de percepção, de consciência." Ele segue explicando: "Um grimório é só um jeito chique de falar gramática. Na verdade, conjurar um feitiço é somente manipular palavras para alterar a consciência das pessoas. Um artista, ou escritor, é a coisa mais próxima que temos no mundo contemporâneo de um xamã."
O que Moore quer dizer com essa ideia de magia é que as palavras tem poder. E me diz se isso não faz o maior sentido? Um discurso que te inspira a seguir em frente com muito mais ânimo nada mais é do que um encantamento de força de vontade. Essa caralhada de fake news nada mais é do que uma conjuração de área para prender o povo numa ilusão. Palavras carregam muito mais poder do que podemos imaginar a princípio.
E é por isso que eu levo as palavras muito a sério.
Pode ser alguma disfunção psicossocial também, nunca saberemos sem investigar. Mas desde que passei a acreditar em magia, minha relação com a palavra dita mudou completamente. Quando digo uma coisa, não importa o que foi dito, pra mim, em um nível espiritual, uma magia foi conjurada. E tenho vivido assim desde então. Infelizmente ou não, acabo transferindo isso para as pessoas ao meu redor também. Palavras são ditas à alguém. Com quem você tá falando? O que você tá dizendo? Palavras são ditas com intenção. Qual será a intenção, então? Convido ao leitor que reflita: você pensa nas palavras que você diz? Nas magias que constantemente conjura? Ou você está somente soltando bolas de fogo a torto e a direito como se a palavra não fosse um artifício feito para ser lido? Como se um feitiço não fosse uma ação que parte do mago para seu alvo? Palavras são poderosíssimas e são capazes de mudar o mundo.
São capazes de mudar você.
Palavras são magias, encantamentos, feitiços que mudam e distorcem o que as pessoas percebem, pensam, esperam. Desde então tenho levado palavras muito a sério. E é claro que não é sempre que sigo isso. Mas sigo cada vez mais. E nessa crença, acho o propósito que busco para continuar em frente. Realmente não estava esperando que este texto fosse uma chamada para a consciência, para o momento presente. Mas agora ele meio que é, né? Eu mesmo queria que este texto fosse uma bola de fogo, como o ser de vingança que meu ímpeto gosta de ser. Mas da mesma forma que existem palavras que precisam ser ditas
Há também feitiços que não valem a pena encantar.
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Mais uma vez agradeço por terem lido até aqui por favor comentem, se quiserem. FALOU!