terça-feira, 1 de março de 2022

O Gênio Do Ska


     


Nessa ******, ****** não nos busca contar uma história específica como em outras *******, como ****** e ******, em que temos personagens principais, alguma espécie de narrativa -- ainda que vaga -- que obedece a costumeira estrutura dos 3 atos. Em ***, ******* escreve um tipo de sermão para uma mulher, aparentemente. Ela parece estar passando por problemas amorosos, mas não sabemos ao certo se é com seu namorado ou só alguém que ela gosta. De acordo com a *****, a moça para quem é dirigida a bronca está completamente imersa numa mentalidade típica de protagonistas das comédias românticas adolescentes, tendo toda a sua atenção e esforços voltados para um amor, mas não um amor saudável, real. Ao que tudo indica, sua angústia provém do sentimento desconexo próprio da dialética entre o que ela tem -- que, segundo a ******, é simples e pura solidão -- e o que ela acha que devia ter:, uma paixão ardente e eletrizante de cinema. A ****** faz essa relação entre realidade e filmes constantemente para deixar claro a dicotomia exposta acima e segue, quase sempre, num tom de deboche, tratando, de certa forma, a garota como uma completa idiota.

    Na primeira estrofe, temos o narrador -- no caso, o cantor ******* ***** -- começando seu sermão, em tom de chacota, perguntando se ela não entendeu que a vida é diferente do que se passa na TV, se ela não sabia que na vida ninguém vai magicamente socorrê-la em um momento de sufoco emocional como este que ela está passando.

    Ele segue satirizando a pessoa para quem ele direciona o sermão, ao pintar a imagem desta mocinha absorta na vista da própria janela, alheia à percepção dos próprios erros cometidos enquanto sofre copiosamente no próprio drama romântico a ponto de parecer que vai morrer disso.

    O refrão, assim como as duas primeiras estrofes, é bem simples mas comunica uma mensagem forte. O narrador retoricamente questiona se faz diferença o salvador da menina aparecer, como se dizendo que não importa ela conseguir o que quer ou não, pois isso não vai acabar com o problema. Parafraseando: "O problema não é o que aconteceu ou acontecer com você. Mas você. E só você. É só isso que tenho a dizer."

    As próximas duas estrofes seguem com a mesma mensagem que seguiam as duas primeiras. A terceira estrofe, quase um reflexo perfeito da primeira, segue com a mesma pergunta, mas ressalta uma tragédia maior ao pontuar que não sobrou nenhum sonho para a mocinha e que todos, menos ela, percebem seu estado delirante. A quarta estrofe segue um reflexo exato da segunda estrofe, assim como o refrão, que se repete idêntico.

    Como vocês devem ter notado, o título da ****** -- *** -- não tem nada a ver com  conteúdo da ***** ou mensagem desta. Embora não explícito na *******, é razoável supor que o nome vem do estilo musical no qual a ****** pode ser enquadrado. Ainda que tenha clara referência em bandas como The Police, segue um pouco atrás, cronologicamente, das terceira e pós-terceira onda do ***, dado ao ano de seu lançamento, 6 anos antes do grande boom destas ondas nos anos 1990.

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