domingo, 27 de junho de 2021

O CHEIRO DO RABO DELA

     




Geralmente é pela manhã. Logo depois que eu volto das minhas obrigações. Digo bom dia, seguido da mesma pergunta de sempre

    E aí, cê tá boa?

Ela me responde e pergunta o mesmo, por pura educação. A gente não é próximo, sabe? Mas ela sempre sabe dizer se eu tô bem ou não pelo jeito que a respondo. Nem sempre sei dizer como que ela tá e isso deixa a nossa dinâmica bem clara: Eu tô sempre disposto a compartilhar mais coisas do que ela. E tá tudo bem, pois quando não estou muito egoísta pra me importar com os outros, estou muito conformado em não ser a pessoa que os outros ao meu redor procuram para desabafar. Não seremos muito mais do que já somos, nem saberemos mais do que já sabemos um do outro. E por mim tá tudo bem, até porque ninguém no mundo pode me tirar

o cheiro que o rabo dela tem.

    Posso me lembrar como se TIVESSE ACABADO DE ACONTECER. O cheiro fresco, direto da fonte. Pungente. Saudável. Não como um soco na fuça, mas como um empurrão na parede, seguido de um beijo. Pura luxúria, direto da fonte. Ela não me tem, nem nunca vai me ter. Mas se me quisesse me teria. Sempre que quisesse meter. E ela teve todas as chances de não me deixar saber, de não me apresentar o cheiro do rabo dela. Eu sei qual é o meu lugar, e sair dele eu nunca o faria. Nunca o fiz! Mas se eu sei algo tão pessoal como o cheiro do cu dela,

foi porque ela quis.


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Muito bom poder escrever um texto sobre o mesmo assunto não só do meu poema brasileiro favorito, como também do tema de um bom filme nacional.

O Deathecator é um espaço de exploração e escrita. Considere deixar um comentário para que possamos continuar a discussão a partir das suas considerações e impressões. Certamente será algo do qual eu encontrarei bastante valor, e espero que você que está lendo sinta-se assim também.

FALOU!

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