sexta-feira, 1 de abril de 2016

Depois Que Elas Vão




Antes de tudo, duas considerações:
1- Eu escrevi outro texto outro dia e quase publiquei. Ele tá engavetado porque eu sei que a necessidade dele ser publicado vai aparecer muitas vezes ainda. A necessidade desse aqui talvez só ano que vem.
2- Eu não estou estável.

Pessoas marcam a nossa vida de todas as formas, às vezes forte e profundo demais. E bom, isso deve acontecer. E é bom que aconteça, pois estabelece as suas cores. Todos os quentes e frios e cinzas e totais. Mas acontece de as pessoas que marcam nossa vida profundamente irem embora. Às vezes por tempo demais, às vezes elas nem vão tão longe assim. E esse texto é sobre depois que elas vão.

Depois que elas vão, elas levam parte de você junto. Elas arrancam parte de você junto, te deixam sangrando agonizando de dor no chão e o máximo que você pode fazer é chorar que ela volte com o que ela levou. E que, se não for pedir demais, que fique mais um pouco.
Been there done that

E no desespero de ter você completo de volta, você se agarra à tudo que ela deixou, seja um caderno, um email sobre como você se parece com o Gregory House, músicas e datas. E não se engane, se foi recíproco você também arrancou algo de quem foi, e querendo ou não também foi embora. A dor é de ambos. E dói forte.
Been there done that

Esses apegos são excesso de passado no hoje. Aniversários de morte. Fetiches que te congelam na vida e que te impedem de abrir mão de coisas que você deve abrir. Pois as pessoas marcam nossas vidas de todas as formas, às vezes forte e profundo demais. E é bom que isso aconteça, de todas as cores possíveis. Mas não abrir mão delas quando elas já foram corrói. Destrói. E essa vida do jeito que é a gente só tem uma vez, ninguém no mundo merece isso. Especialmente você. A vida tem q ter de todas as cores e às vezes ela congela. Ela deve congelar às vezes. Mas ela tem que voltar a ser quente também, pois viver é estar quente.
O que faz a dor ser tão angustiante é a ilusão dela ser pra sempre. E, presos nesses genjutsu aí  a gente perde de vista a certeza de que o sufoco passa. E tudo melhora. E piora também. Mas sabe, melhora de novo. Então... não tô pedindo pra você arrancar da mão tudo que você tem de quem te marcou, só que saiba que do mesmo jeito que as pessoas que marcam profundamente nossa vida às vezes vão embora, as coisas que elas deixam devem ir embora também. São cadáveres que se ficam tempo demais aqui em cima começam a feder e trazer doença. Saiba a hora de enterrar o que tá morto. antes que o fedor e as doenças se espalhem.
Been there done that. E espero que você também chegue aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.